quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ministério e EGEAC assinam protocolo sobre a Colecção Bastin

Museus

Ministério e EGEAC assinam protocolo sobre a Colecção Bastin

O documento foi assinado no Museu da Música pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) e pela Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC)/Museu do Fado, as duas entidades que adquiriram por 1,1 milhão de euros a colecção.
O protocolo abre caminho a “serem produzidas edições áudio ou iconográficas de natureza comercial a partir dos fonogramas desta coleção” e esclarece que “todas as receitas líquidas que possam ser obtidas através [destas] operações devem reverter a favor da gestão e estudo da ‘Colecção Bruce Bastin’, bem como da eventual compra de espólio que possa complementá-la e alargar a sua compreensão”.
O secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, afirmou que o protocolo prevê a “gestão partilhada do espólio que potencia e enquadra cientificamente num museu próprio e qualifica tecnicamente a investigação em torno deste espólio”.
O protocolo constituído por quatro cláusulas atesta que “uma vez que o Ministério da Cultura financiou em 70% a compra da Colecção, compete ao Museu do Fado a angariação de recursos financeiros, técnicos e humanos, bem como a gestão do orçamento necessário à concretização do presente Protocolo, designadamente no que respeita aos processos de aquisição de bens e serviços indispensáveis ao desenvolvimento dos trabalhos”.
A Colecção encontra-se no Museu do Fado, lê-se no mesmo protocolo, e aí permanecerá até à cessação do actual contrato que “cessará mediante comunicação do Museu da Música com 90 dias de antecedência relativamente à data da sua abertura ao público nas futuras instalações”, localizadas em Évora no Convento de S. Bento de Castris (Malagueira).
Summavielle salientou que “as peças raríssimas que há na colecção” e afastou quaisquer divergências em torno da mesma.
“Estão ultrapassadas todas as demandas”, sustentou o governante, questionado sobre o anúncio em Maio de 2008 pelo Ministério da Cultura e pela EGEAC de que faltavam discos e havia repetições no espólio.
O comunicado emitido dava conta de que a comissão de avaliação do espólio denunciou a "inexistência de conformidade entre o espólio entregue e a listagem anexa ao contrato" assinado.
“Não há nenhum contencioso a esse respeito”, rematou o secretário de Estado.
A colecção, segundo informações dadas à imprensa pelo colecionador, inclui gravações, maioritariamente de fado, mas também de outros géneros musicais, efetuadas entre 1904 e 1945 com algumas vozes de referência da cena musical portuguesa da primeira metade do século XX.
A colecção integra gravações feitas pela His Master's Voice, Columbia, Homokord, Victor ou Grammophone, que estavam, na sua maioria, dadas como perdidas.
Entre vozes de referência estão gravadas as de Júlia Florista, Maria Vitória, Reinaldo Ferreira, José Bastos, Isabel Costa, Almeida Cruz, Eduardo de Souza, Rodrigues Vieira ou Delfina Victor, além de nomes como Berta Cardoso, Alfredo Marceneiro e Ercília Costa.
(IB)


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