quarta-feira, 25 de março de 2009

Reviver o passado recente

Quando iniciei, com um grupo de amigos esta ideia do jornal online fi-lo sabendo aquilo que todos sabem quase instintivamente. A maior parte desses meus amigos (que continuam a sê-lo, esclareço) e eles que me perdoem - tinha e tem uma pedalada diferente da minha. Tudo moços porreiros, com afazeres diversos e apetências diversas, tinhamos e temos contudo em comum um aspecto: todos nos interessamos por este mundo, todos gostamos das pessoas, todos somos aquilo a que charmosamente se chama de humanistas mas cada um de nós tem o seu ritmo e cada um de nós tem o seu estilo de vida.

Embora possa parecer uma crítica a eles (esses meus amigos) não o é de facto. Este mundo é diverso e tal como estou hoje eu aqui a escrever isto poderia estar um outro qualquer deles a fazê-lo incluindo-me dentro "dos outros".

Ora o que eu sabia (instintivamente como disse acima) era que seria dificil, senão mesmo impossível, manter um grupo funcionando por carolice agregado durante muito tempo com o mesmo ritmo de trabalho. Mas o que eu e eles sabíamos (e essa questão foi falada entre nós) é que aquela treta do Newton e do principio da inércia é verdade: ou seja, depois do impulso inicial é mais dificil que as coisas parem. Logo, por esta lógica, eles e eu sabíamos, que tendo-se dado esse impulso o resto do movimento acabaria por fazer o resto. E fez!!

Por isso, tal como estou hoje aqui eu a fazer o balanço deste período que "já" vai em cerca de seis meses, com várias intervenções pelo caminho, algumas não muito visiveis por quem está de fora, poderia estar um outro qualquer deles. Não sou pois o "herói" desta festa: sou antes o acidental acontecido, que foi acumulando durante o seu período de exercício todo um conjunto de movimentos (pessoas neste caso) que praticamente "nasceram" desse impulso incial.

Temos, como em quase todas as organizações espontâneas, desde o "é pá agora não tenho tempo" até ao "é pá, não me chateies" tudo isso bem polido e resultado de uma confiança e de uma amizade que vem quase (na maior parte dos casos) desde os bancos de escola, passando pelos outros graus profissionais ou não que se lhe seguem cronologicamente.

Da equipa base, embora poucos se tenham afastado pour de bon, restam, em termos percentuais, talvez uns 60% que não representam 60% do trabalho agora desenvolvido no jornal. Se eu quisesse agora repetir o primeiro número (uma vergonha gráfica experimental ainda que interessante de conteúdo) aqueles que agora restam dessa equipa base chegavam, mas estariamos muito longe de conseguir aquilo que agora se consegue fazer.

Para isso temos os que foram chegando depois: primeiro, e com mais força a actual Chefe de Redacção Arlete Piedade (a única que vou referir aqui hoje) que tem sido incansável na colaboração dada ao jornal. E todos os outros, cada um da sua forma, até termos agora cerca de 40.000 visitas, ou seja, uma média de 3.000 visitas por exemplar publicado.

Sabemos todos que isso não representa três mil leitores por jornal (o que era extraordinariamente bom demais) mas arriscamos uma média de 4 / 5 visitas médias por leitor o que dá, sensivelmente, 500 leitores por exemplar.

Este balanço não diz tudo, nem pretende dizer: apenas confirma aquilo que é a nossa filosofia de base desde sempre repetida: é possível fazer nascer e crescer um jornal sem gastar um tostão e é isso também,- para além do respeito que temos pelos nossos colaboradores e leitores - que nos leva a antever um futuro sólido para este projecto.

Daniel Teixeira