sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

UTAD na senda da fruta confitada com fibras e sem açúcar

UTAD na senda da fruta confitada com fibras e sem açúcar

Bolo-rei de 2011 poderá ser confeccionado com o novo produto

2010-12-22
 
Investigadores pretendem aumentar benefícios do consumo da fruta confitada
Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) têm em curso um projecto de produção de fruta confitada sem açúcar, à qual vão incorporar fibras dietéticas com o objectivo de obter um produto mais saudável para quem não dispensa os doces.

A pedido da fábrica Douromel, a maior produtora de frutos para o tradicional bolo-rei, a UTAD está a desenvolver o "Nutridouro", que conta com um investimento de 547 mil euros, aprovados no âmbito de uma candidatura à Agência de Inovação.

O projecto é liderado por Fernando Milheiro Nunes, docente do Departamento de Química, e pretende "também aumentar os benefícios para a saúde que podem advir do consumo desses produtos confitados".
Numa altura em que os consumidores querem cada vez menos açúcar, Fernando Nunes referiu que, em termos energéticos, os novos frutos terão ter uma redução de "um quinto" nas calorias. O resultado será um produto mais saudável a pensar nos diabéticos e em quem pretende manter a linha sem dispensar os doces.

O responsável referiu à Lusa que, em termos práticos, os investigadores sabem que conseguem substituir a sacarose, mas a questão é saber que se mantém a qualidade do produto.Por isso, está também a ser feita a análise sensorial dos novos produtos para equiparar os tradicionais com os novos que estão a ser desenvolvidos.

Fruta mais duradoura


Outra vantagem apontada pelo investigador é o tempo de duração da fruta que aumenta, podendo conservar-se um ano ou mais, ao contrário do que acontece com os actuais produtos, que perdem a validade logo após a sua época.

No mercado, estes novos artigos serão mais valorizados, podendo ficar mais caros entre 30 a 50 por cento, dependendo do ingrediente que for utilizado. No entanto, de acordo com Fernando Nunes, os consumidores e clientes da Douromel têm-se mostrado muito curiosos.

A equipa da UTAD, que integra seis investigadores do Laboratório de Química e Qualidade Alimentar e Grupo de Cadeias Agroalimentares Sustentáveis, vai também estudar o aproveitamento dos subprodutos, como as caldas que poderão ser transformadas em compotas dietéticas.

Vão ainda utilizar os restos da laranja, cidrão, abóbora, nabo, figo, cereja ou pera como fonte de outros ingredientes alimentares com valor económico acrescentado. Nas previsões do responsável, no próximo Natal o bolo-rei já poderá ser feito com este novo produto.
 
 

 

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