terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Envelhecimento, questão «emergente»

Envelhecimento, questão «emergente»

José Carlos Batalha, presidente da Federação de Instituições de Idosos, pede soluções dignas

Lisboa, 22 Fev (Ecclesia) – O presidente da Federação de Instituições de Idosos (FITI), José Carlos Batalha, considera que "o envelhecimento é a questão social emergente" em Portugal, pedindo "soluções humanamente dignas".

"A Velhice e o envelhecimento são a questão social emergente, não só pelo facto de ser um fenómeno demográfico, mas pelas transformações sociais, económicas e culturais que suscitam o repensar do nosso sistema de valores", assinala o responsável, num texto publicado hoje, no semanário Agência ECCLESIA.

José Carlos Batalha afirma que a sociedade "não está configurada com a população idosa", convidando a encontrar "respostas sociais e a articulação necessária entre as diversas instâncias e organismos da sociedade civil".

"O desafio é criar políticas sociais e de solidariedade que defendam que o melhor lugar para o idoso é a sua casa, junto da sua família, dos seus amigos e vizinhos, que possibilitem e incentivem uma vida mais coesa e mais fraterna", indica.

O presidente da FITI alude ainda aos recentes casos de descobertas de alguns idosos descobertos nas suas habitações, muito tempo após a sua morte, declarando que "nas cidades, na grande cidade, a solidão é o vírus desta sociedade".

"O sofrimento dos idosos que vivenciam este estado de esquecimento e de solidão é dramático e é seguramente uma das situações mais penosas às quais urge dar resposta", alerta.

Para José Carlos Batalha, comerciantes de bairro e vizinhos podem ser "defesas inquestionáveis para a solidão e para a insegurança"

A Federação, sublinha ainda, "entende criar um Observatório da Pessoa Idosa", por considerar que "os idosos têm um papel muito pouco reconhecido, ou mesmo nulo, no que concerne à participação social, aos meios de informação, (só são notícia pela negativa), nas organizações e até na própria família".

Às instituições particulares de solidariedade social, paróquias ou diferentes grupos associativos, conclui José Carlos Batalha, compete "articular os mecanismos necessários no sentido de sinalizarem, de prevenirem de solucionarem as situações de isolamento".

A FITI, fundada em 1979, é uma federação nacional erigida pela Igreja Católica, sem fins lucrativos, que congrega Instituições Particulares de Solidariedade Social com trabalho direccionado para a população idosa.

OC


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