Câmara de Fornos de Algodres pede vigilância popular pelo patrimóno
O alerta da Câmara de Fornos de Algodres foi feito após o registo de danos na estrutura do Dólmen de Cortiçô, monumento classificado como imóvel de interesse público, que integra o roteiro arqueológico da autarquia beirã, recentemente utilizado como "forno" para derreter o revestimento de fios de cobre alegadamente roubados. "Estamos a alertar as populações para que, quando derem conta de alguns movimentos estranhos junto dos sítios arqueológicos, informem de imediato a autarquia e as autoridades", disse à Lusa Álvaro Melo, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Fornos de Algodres. O responsável adiantou que o arqueólogo da autarquia, António Valera, já elaborou um relatório dos danos causados no monumento, que foi enviado ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e à direção regional de Cultura do Centro. Logo após a ocorrência, a Câmara de Fornos de Algodres também apresentou queixa na GNR "contra desconhecidos", disse. No relatório, o arqueólogo António Valera refere que o Dólmen de Cortiçô foi sujeito a uma acção de vandalismo "no decorrer da qual foi substancialmente queimado". "Alguns esteios apresentam-se bastante queimados e enegrecidos pelo fogo e fumo", acrescenta, frisando que "do que foi possível verificar, parece não haver danos estruturais que ponham em causa a estabilidade do conjunto arquitetónico". Contudo, sustenta que "o enegrecimento e fuligem podem mascarar alguma fissura, pelo que uma avaliação final da estabilidade do monumento só poderá ser feita após a respetiva limpeza". "No interior da câmara, as temperaturas atingidas provocaram o lascamento e destacamento das superfícies internas de alguns esteios, nomeadamente dos que ainda apresentavam restos de pinturas [neolíticas] a vermelho, as quais foram irremediavelmente afetadas", descreve António Valera no relatório a que a Lusa teve acesso. O arqueólogo propõe a limpeza dos esteios do monumento, para que possa ser feita a avaliação final do estado de conservação, sugerindo que a operação seja executada por um especialista em conservação e restauro. O chefe de gabinete do presidente da Câmara de Fornos de Algodres considera que o dólmen, por ser classificado, terá que ser intervencionado pelo IGESPAR, mas a Câmara Municipal está disponível "para ajudar". O Dólmen de Cortiçô integra o roteiro arqueológico de Fornos de Algodres, que também contempla o Dólmen de Matança, o Castro de Santiago, a Fraga da Pena, a Necrópole das Forcadas e a Ara de Infías. (ES)
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Depois de casa roubada ... trancas à porta!
ResponderEliminarJá não é de agora o estado lastimoso em que se enconta um dos ex-libris do Concelho (Anta de Cortiçô .
Desde a falta de limpeza , do arranjo da zona envolvente acaba agora com um acto de puro vandalismo.
Agora é que a CM se preocupa com aquela património? O que tem feito o dr (?) da JF de Cortiçô? Qual o papal do Chiafa?
O que faz o IGESPAR?
Mais palavras para quê?