quarta-feira, 29 de abril de 2009
Uma coisa que me preocupa
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Comunidade Vida e Paz: 20 anos de ajuda aos sem-abrigo
A Comunidade Vida e Paz celebrou este Sábado 20 anos de ajuda aos sem-abrigo. Um trabalho iniciado pela conjugação de sensibilidades e acompanhamento aos pobres de Lisboa no final da década de 80.
Em 1989 o então Patriarca, D. António Ribeiro, promulgou os estatutos e deu forma jurídica à Comunidade Vida e Paz que no terreno já acompanhava pessoas em situações de fragilidade social.
O Vice-Presidente da Direcção, Júlio Neves, recorda ao programa Ecclesia que em 1992, o Estado, através do Comissariado da Luta Contra a Pobreza, conferiu um subsídio que permitiu a Comunidade crescer. “Actualmente, a Comunidade Vida e Paz tem sede no centro de Lisboa, em Alvalade, e dispõe de três centros de recuperação, tratamento e reinserção de pessoas, preparados para acolher 270 pessoas.
“Dispomos de instrumentos que nos permite trabalhar pela reinserção das pessoas”, adianta Júlio Neves, propondo a reinserção social que respeite a dignidade e vá de encontro às necessidades da pessoa humana.
A Comunidade Vida e Paz dispõe de 100 profissionais que ajudados por cerca de 400 voluntários estão disponíveis para ouvir e acompanhar a realidade dos sem-abrigo.
Todas as noites saem três equipas em carrinhas que percorrem as ruas da cidade de Lisboa, contactando os sem-abrigo, levando alimentos e vestuário, mas “essencialmente disponíevis para conversar e estar com eles, mostrando-lhes ser possível mudar a sua vida”.
Celestino Cunha, psicólogo da Comunidade Vida e Paz, responsável pelo trabalho de rua e pelas admissões dos sem-abrigo, acompanha esta franja da população na cidade de Lisboa desde 1993. “Acompanhei a chegada das equipas ao trabalho de rua e à sua procura na forma de melhor ajudar os sem-abrigo”.
Pela experiência que tem, acompanhou as mudanças que a actual crise desencadeou, nomeadamente no aumento dos pedidos de ajuda e na mudança da população que acompanham. “A mais visível engloba as famílias que sentem dificuldades para colmatar necessidades mais básicas e que, pela primeira vez, procuram ajuda”.
Os pedidos de ajuda aumentam e, sensíveis às dificuldades, também as respostas parecem crescer. Celestino Cunha aponta que “toda a ajuda é bem vinda”. As ajudas menos profundas ou as motivadas por más razões “não ficam 20 anos”, adverte. “As ajudas que prevalecem têm uma base de confiança e respeitam as necessidades objectivas das pessoas”.
Chegar à situação de sem abrigo relaciona-se com a falta de esperança, “a perda de ânimo e de vontade”. O trabalho em rede “pode ajudar a não chegar a esta fase”, explica o psicólogo. Júlio Neves adianta que a comunidade trabalha com as pessoas mais frágeis da sociedade. “No nosso pensamento está a sua condição humana sempre presente. São sempre pessoas. E por isso, têm sempre condições de recuperação. Tentamos que a sua vida seja o mais digna possível”.
É para dotar de dignidade as pessoas que se vêem sem ela que Paula Bonifácio é voluntária na Comunidade Vida e Paz. Esta voluntária participa na equipa que prepara os lanches e também numa das equipas da ronda nocturna.
Paula Bonifácio foi inicialmente surpreendida pela “quantidade de pessoas que estão nas ruas”. Passada a impressão inicial, vê “cada vez mais pessoas, pobres envergonhados diferentes dos habituais sem-abrigo, que , apesar de constrangidos, se dirigem às carrinhas pedir alimentos diários”.
Assume que enquanto cidadã este trabalho é essencial. “Devemos ser activos na sociedade e ajudar os outros”. Também enquanto católica “faço um pouco o que Jesus fez, que é ajudar os outros, em especial os que mais precisam”. Paula Bonifácio acredita que este trabalho “torna-se mais gratificante para mim do que para as pessoas que ajudo”.
Nacional Agência Ecclesia 20/04/2009 17:42 3726 Caracteres
65 Solidariedade
Site de Literatura Infantil Online
Achei interessante o projecto porque acaba por resolver dois problemas de uma assentada: de um lado proporciona a leitura de livros «reais» e por outro lado familiariza as crianças e jovens com as novas tecnologias.
Acresce que aquilo que vi é gratuito...vamos a ver o futuro.
Eis o Link
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Escrever por inércia nos Blogs
domingo, 12 de abril de 2009
Mais um dia, mais um jornal
Os palavrões por razões simples: o jornal é para ser lido por toda a gente, escrevem nele miúdos das escolas básicas, por exemplo e por uma questão de coerência acho que não devemos andar a ensinar por exemplos aos miúdos aquilo que eles podem muito bem aprender sozinhos e que na sua grande maioria já sabem.
Mas, a escola pessoal onde fui formado ensinou-me neste plano uma coisa que eu preservo para meu consumo: um palavrão dito ou sabido e mantido em segredo é assim como se fosse nossa propriedade privada, intima mesmo, uma coisa que trazemos connosco e que pensamos que os outros não sabem que nós sabemos. E isso tem o seu encanto...Constitui assim como que uma reserva pessoal que colocamos ao lado dos berlindes ou daqueles horríveis monstros que agora se usam para fazer colecção. É nosso e em último caso até pode servir para a troca...
Já quanto às ofensas, francamente não acho piada nenhuma andar a chamar nomes a pessoas que mesmo com toda a carrada de defeitos que lhes apontemos ainda não conseguiram furar o casulo que os faz continuar a serem seres humanos. E, conscientes como somos todos, temos por vezes pouco presente aquela ancestral ideia da perca.
Neste plano posso ir até à antropologia social e dizer simplesmente que todas as sociedades sentem a perca de um dos seus, mesmo que a não sintam de uma forma directa. Por vezes diz-se de alguém que morre, e que por acaso até pode ser verdade dizer-se que ele não fazia cá falta nenhuma mas só o mais cínico ser humano é capaz de dizer, de forma sentida, que «ele já vai tarde» sem ser daquela forma desprendida e quase sem significado como um bafo respiratório mais pronunciado.
Pois bem, não se tem falado de política caseira porque ela é extremanente desinteressante, na minha perspectiva: não há nada mais soturno que ver centenas de gajos engravatados, de fato cinzento ou escuro, debitando discursos que são sempre os mesmos ou que têm sempre os mesmos condimentos gerais.
Vamos resolver isto, vamos fazer aquilo, os portugueses podem ficar descansados: toda esta conversa da treta teria alguma possibilidade de ter algum sentido se não fosse dita por políticos.
Sei que vivemos em democracia, ou pelo menos diz-se que sim, mas para mim a democracia não tem lá nada escrito no seu conceito que nos diga que devemos escutar estes marmanjos: o melhor é ignorá-los.
A coisa anda na mesma, mal ou melhor nada pára a força da evolução pelo que por mais que eles falem ou se calem o resultado é o mesmo. O passado está aí todo para esclarecer isso mesmo...tudo o que já aconteceu não tinha lá estes gajos de fato cinzento e tudo o que aconteceu antes da invenção do fato não tinha lá os antececessores dos fateados.
Pode ser uma perspectiva estranha, a minha, e acredito que haja quem se julgue com razão para pensar assim: como diziam os meus avós e antes deles os meus bisavós o que conta são os dois bracitos para trabalhar e só por piada vejo esse pessoal a pegar numa enxada ou numa picareta.
Ora como a crise está, dentro de pouco tempo poderemos comprar excelentes fatos cinzentos a preço mais baixo que os saldos...
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Os problemas da CPLP
Farão parte da CPLP, sim, se eventualmente tiverem uma nacionalidade de um dos países que falam português: estão assim afastados da CPLP os Luso /S.Tomé/Cabo Verde etc. que não tenham mantido a nacionalidade das suas respectivas origens ancestrais, por uma razão ou por outra.
Na CPLP, os objectivos, fins, programas, etc. é onde a coisa começa a complicar-se: o termo comunidade implica que exista alguma afinidade (que neste caso se encontra desde logo na língua portuguesa) pelo que, na pior das hipóteses a Associação nunca poderia ser rejeitada em termos notariais porque de facto as pessoas (países) que dela fazem parte falam (ou têm como língua oficial) o português.
Mas, não se constitui uma associação apenas para figurar no Registo: necessário é que elas tenha um objectivo ou tenha objectivos. Pode dizer-se que trata de interesses comuns e estamos safos até aqui. Mas o que são interesses comuns?
O que são interesses comuns toda a gente sabe, são aqueles que interessam a todos ou a uma parte de todos, no sentido, estes últimos, de conseguir a preservação da comunidade. Quer isto dizer que se aplica aqui o lema dos três mosqueteiros: um por todos todos por um.
Ora até aqui, com maior ou menor dificuldade, vamos entendendo aquilo que é uma comunidade, quais são alguns dos seus objectivos, mas, regressando à base acabamos por ver que o fundamento substancial da dita comunidade é a língua portuguesa (os países que a têm como língua oficial), ou seja, uma coisa abstracta que é o falar, entendendo mesmo todas as implicações desse mesmo falar que são do âmbito do cultural.
Há aqui uma zona pelo menos cinzenta, para não dizer desde logo negra, em relação às comunidades de descendentes dos diferentes países que fazem parte da CPLP mas que não têm a nacionalidade de um desses países.
Sendo, de uma forma geral, aqueles que maior necessidade terão em conservar a cultura da sua origem territorial, mesmo sendo para todos os efeitos estrangeiros e estranhos (em termos institucionais) à CPLP, seria, a meu ver, de arranjar uma fórmula que permitisse a sua integração, quanto mais não fosse com um estatuto semelhante ao de observador (não meramente passivo) , de forma a manter uma possibilidade de manutenção de laços culturais que institucionalmente se rejeitam.